O Maisfutebol desafiou os jogadores portugueses que atuam no estrangeiro, em vários cantos do mundo, a relatar as suas experiências para os nossos leitores. São as crónicas Made in Portugal:Críticas ou sugestões? Escreva-nos para madein@iol.ptConheça melhor o projetoLeia a apresentação de Marco Soares«Olá de novo,
Estou atualmente no Omonia do Chipre mas não esqueço a grave lesão que quase comprometeu a minha carreira. Tudo aconteceu no dia 31 de outubro de 2010, há dois anos.
Num jogo da União Leiria contra o Sporting, já perto do fim, fiz um remate à baliza e ouvi um estalo. Primeiro pensei que tivesse sido a caneleira mas no mesmo instante cai para o chão e vi que tinha partido a tíbia.
A minha primeira reação foi chorar e perguntar porquê eu? Essa lesão levou-me ao bloco operatório por três vezes e deixou-me fora dos relvados por mais de 13 meses.
A recuperação foi bastante complicada. Tinha uma previsão de 4 meses, mas no final desses meses tive de ser operado novamente. Foi uma luta constante, principalmente em termos psicológicos, mas que foi ultrapassada com muita fé em Deus, força de vontade e a ajuda da família e dos amigos.
Houve alturas em que pensei que já não conseguiria voltar a jogar futebol, porque tão rápido me sentia melhor como de um momento para o outro ficava pior e lá tinha de ir para a sala de operações.
Graças a Deus, consegui dar a volta por cima e hoje estou aqui mais forte do que nunca, conseui provar a todos aqueles que acreditaram em mim que valeu a força essa confiança, isso deu-me uma força extra.
A lesão foi longa e complicada mas também aprendi e ganhei muitas coisas boas com ela. Por vezes, quando estamos bem não valorizamos certas coisas simples mas muito importantes.
Nunca mais vou esquecer uma frase que me disse o mister Manuel Cajuda, que me fez ultrapassar uma grande barreira psicológica. Num treino virou-se para mim e perguntou-me se eu estava melhor. Eu com cara desconfiada disse que sim. Ele olhou para mim e disse que era pior se eu tivesse partido as duas pernas.
Aquelas palavras foram o click psicológico que eu precisava e passadas duas semanas estava a fazer o meu primeiro jogo depois da lesão, sendo considerado o melhor em campo. Mesmo depois de voltar a jogar ainda sentia dores mas estava empenhado em ajudar a U. Leiria e os meus colegas.
Infelizmente não teve o desfecho que queríamos mas foi uma época em que todos aprendemos muita coisa uns com os outros.
Depois de terminar a época trabalhei forte mas ficar ainda melhor e recuperar totalmente. Assim foi. Tenho de agradecer ao Luís Nascimento e ao Zé Miguel que foram pessoas muito importantes na minha recuperação. Também não posso deixar de agradecer ao doutor José Martel, ao Nuno Cordeiro e a todos os que estiveram envolvidos nesse processo.
Deixo um agradecimento especial ao mister Manuel Cajuda porque me ter feito acreditar que era possívle, por ter confiado em mim. Quando menos esperava, já estava novamente a jogar. A persistência e a força de vontade fazem toda a diferença.
Um abraço a todos,
Marco Soares»