domingo, 12 de dezembro de 2010

TREINO NA PRAIA OU EDUCAR A FADIGA MENTAL?

TREINO NA PRAIA OU EDUCAR A FADIGA MENTAL?
Há pouco tempo, mais precisamente na época de 2007-08 decidi cumprir um ritual do meu vício de teorizar a prática adquirida dentro das quatro linhas que delimitam um rectângulo onde se joga futebol. Ao mesmo tempo que quero identificar essa época como a melhor de sempre do VITORIA de Guimarães, quero também confessar que esta minha mania de fazer interagir as diferentes ciências que circundam o simples pontapé na bola, além de me apaixonar sempre me deu bons resultados. Quase com mesma velocidade com que o autocarro do VITORIA seguia na direcção da praia, um colega meu corria para a Redacção de um jornal desportivo levando a boa nova: “ O tio manel esta xexé, isto já não se faz, esta completamente ultrapassado e um treinador a moda antiga”. Na sua ignorante modernidade esqueceu esse” treinador da nova vaga”, que por ser antigo também eu tenho amigos nos jornais e no mesmo dia soube do enorme elogio fabricado por esse meu colega. Bastaria somente um pouco de curiosidade para ser um pouco mais inteligente e perceber que treinar na praia ou em qualquer outro lugar não e somente uma questão de treino físico. A dominante principal do treino será sempre determinada pelo treinador e nunca pelos observadores mal intencionados.                                 
Canseira inexplicável, sono infinito, confusão mental e mais uma série de sintomas relativos ao cérebro podem ser explicados pela ciência como sendo o início de uma fadiga mental. Com o aumento das actividades quotidianas, não há um só dia, em que as pessoas não se queixem de algum tipo de cansaço independente da categoria profissional. Diversos estudos científicos têm demonstrado que a rotina de trabalho, seja ela qual for, ocasiona uma série de dificuldades às pessoas, seja pela carga física ou mental exercida para cumprir as suas tarefas, e não raro, há quem chegue a extremos de desenvolver um tipo de transtorno degenerativo. O problema afecta todas as pessoas que se valem do cérebro na prática diária de suas tarefas, entre elas, os próprios cientistas
, A neurocientista Suzana Herculano-Houzel, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que também é autora do livro “Fique de bem com o seu cérebro” (ed. Sextante) e do site “O cérebro nosso de cada dia” (www.cerebronosso.bio.br), afirma que a fadiga cerebral, em geral, tem relação com o acúmulo de adenosina, moléculas que funcionam como mediadores químicos da comunicação neuronal, em resposta aos neurotransmissores que usam para trocar informações entre si. Suzana escreve que quanto maior é a actividade em uma área do cérebro, mais os neurotransmissores são liberados pelos neurónios no local, enquanto mais da molécula é liberada sobre os neurónios. Com isto, a fadiga mental é uma realidade muito frequente na vida.
Suzana observa que a molécula (adenosina) age como um freio sobre a actividade dos neurónios e impede que eles fiquem excessivamente activos - com isto, ao restringir a actuação deles, impede a capacidade de processamento de informação quando a pessoa persiste por muito tempo numa mesma actividade. Ou seja, a fadiga é uma realidade não apenas para atletas que treinam seus físicos até a exaustão, mas também para um matemático, um pianista, ou qualquer outro profissional que insista em permanecer por horas consecutivas realizando a mesma tarefa. A boa nova, de acordo com a neurocientista, é que passado algum tempo, se você passar o dia inteiro numa actividade específica, se mudar o foco, e for fazer outra actividade, vai voltar à sua actividade padrão revigorado e renovado para entender os meandros da actividade.
Diversificar recupera a capacidade de pensar

De acordo com o neurologista Eduardo Carlos Silva, do Instituto do Cérebro e da Coluna de Rio Preto, quando o cérebro é muito estimulado, como qualquer parte do corpo, pode entrar em fadiga, ocorrendo falta de atenção, irritação, ansiedade. Por isto é importante haver períodos de descanso e relaxamento entre as actividades, principalmente aquelas de cunho intelectual. O médico explica que felizmente, não há nenhuma relação entre doenças degenerativas do cérebro e o uso abusivo do mesmo. “Excepto quando é super estimulado com várias horas de trabalho, desrespeitando-se alimentação e sono regular, e associando-se o uso de estimulantes”, diz.
O médico lembra que quando o cérebro dá sinais de cansaço basta observar a diminuição ou perda da concentração, da atenção, da memória, irritação. Daí é preciso programar um descanso regular a cada 60 minutos durante uma actividade intelectual. Fazer alongamento, relaxamento, executar uma actividade diversa da que está sendo realizada. Para tanto é recomendado ter uma programação em agenda, com as actividades diárias, definindo metas e prioridades. Realizar sempre a actividade mais importante para que não se torne urgente.
Para se fazer um uso equilibrado do cérebro, o médico observa que é preciso cultivar uma vida saudável, com actividade física regular, alimentação balanceada e nutritiva, sem fumo ou drogas, fazer uso moderado de bebida alcoólica, ter sono reparador, períodos de descanso e relaxamento no decorrer do dia. Para relaxar é necessário parar com a actividade que desencadeou o cansaço. Recomenda-se praticar uma actividade diferente, onde possa ser estimulado o hemisfério direito, através de ouvir música relaxante, tocar um instrumento, escultura, ou artesanato. Ajuda também ter contacto com natureza, animais, fazer actividade física, ioga, tai chi chuan, meditação.
CONCLUSAO:
CARO COLEGA, eu não fui treinar preparação física para a praia, limitei-me a educar a fadiga mental que sempre nos faz companhia sem ser convidada. Notei nos dias anteriores evidentes sinais que a rotina de trabalho, seja ela qual for, ocasiona uma série de dificuldades às pessoas (diminuição ou perda da concentração, da atenção, da memória, irritação), seja pela carga física ou mental exercida para cumprir as suas tarefas. Ver o mesmo placard publicitário, a mesma bandeirola de canto, a rotina da repetição  técnica e táctica. Rigor não implica deixar de sorrir, de trabalhar olhando outra forma de natureza. O que quis demonstrar aos meus atletas e que trabalhando em condições diferenciadas e muito mais difíceis, em conjunto poderíamos entender que a fadiga era mais mental que física. Compete aos treinadores escolher para os atletas os treinos  mais apetecíveis. Afinal sair de casa pelo menos uma vez por semana, para nos divertirmos não nos faz mal. Será que de três em três meses dar um recreio aos putos (futebolistas) estraga? Sei que você  viu jogar o Messi e o CR7, que trabalha com Power Point , que ate tem replay na seu plasma, mas eu vi tenho tudo isso também. Mas vi coisas que você  nunca mais poderá ver. Vi jogar o Pele e o Eusébio, vi nascer a televisão e assisti ao nascimento dos computadores. Ate fui o primeiro treinador em Portugal a treinar um campeão do mundo em futebol. E volto ao neurologista Eduardo Carlos Silva que diz:” que é preciso cultivar uma vida saudável, com actividade física regular, alimentação balanceada e nutritiva, sem fumo ou drogas, fazer uso moderado de bebida alcoólica, ter sono reparador, períodos de descanso e relaxamento no decorrer do dia. Para relaxar é necessário parar com a actividade que desencadeou o cansaço. Recomenda-se praticar uma actividade diferente, onde possa ser estimulado o hemisfério direito, através de ouvir música relaxante, tocar um instrumento, escultura, ou artesanato. Ajuda também ter contacto com natureza, animais, fazer actividade física, ioga, tai chi chuan, meditação.
SERA QUE FAZ MAL UM TREINADOR SABER ISTO?

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