«Não tenho pressa de voltar a treinar»
Ainda de férias no Dubai, Manuel Cajuda prepara-se para regressar a Portugal. Desde que assumiu a rescisão de contrato com o Al Sharjah, o telefone tem tocado varias vezes, mas o treinador português continua a resistir aos inúmeros cantos da sereia. Os telefonemas têm várias proveniências, sendo que Portugal também esteve entre os vários pontos de origem dessas comunicações para Manuel Cajuda. Contactado pela lista "B" candidata às eleições na Académica de Coimbra, esteve quase a concretizar um velho sonho de estudante, como o próprio confirma. "É publico que sempre confessei a minha enorme vontade de representar a Académica. É sim, um velho sonho de estudante, que agora pensei estar muito próximo de o poder concretizar. Seria para mim um momento divino na minha carreira. Felizmente que não era uma eleição de treinadores e sim de presidentes. Ganhou a lista de José Eduardo Simões a quem desejo felicidades e agradeço ao doutor Campos Coroa e ao doutor Maló de Abreu, por se terem lembrado de mim."
Após dois anos esgotantes em Sharjah, o treinador que levou o Vitória de Guimarães à pré-eliminatória da Liga dos Campeões e recuperou o Al Sharjah da sua maior crise de sempre, Manuel Cajuda ainda não se concentrou no seu próximo desafio. Que tanto pode chegar para a semana, como daqui a alguns meses. O treinador português não tem pressa. «Não tenho pressa e não tenho necessidade de escolher já o que vai aparecendo. Com todo o respeito pelos clubes que me vão contactando, ainda não entendi que um deles enchesse as minhas medidas. Neste momento, para a minha carreira, admito tudo. Continuar no estrangeiro, voltar a Portugal ou iniciar um período sabático. Aproveitar alguns meses para descansar, para ver futebol, para viajar, para estar com a família, para estudar, actualizar cada vez mais os meus conhecimentos sobre o jogo e sobre o treino e passar a minha experiência para quem está agora a começar. Tenho tempo para decidir o meu futuro, há coisas que gostaria de fazer, nos próximos meses, que são incompatíveis com a liderança técnica de um clube de futebol e, por isso, o meu futuro, será gerido em função dos meus interesses pessoais e da capacidade de um clube me demonstrar que vale a pena arriscar num novo projecto», disse Manuel Cajuda.
O treinador português, em entrevista exclusiva ao site da Desportimedia, reconhece que, nesta altura, mais importante do que aceitar um novo desafio profissional é gerir bem a sua carreira: «Quando somos mais novos, pensámos sempre que podemos mudar o mundo e as pessoas. Já tenho experiência suficiente para saber distinguir entre a moeda boa e a moeda má. Em algumas ocasiões da minha carreira, prejudiquei a minha imagem, porque optei pela moeda má. Agora, quero ter a certeza que escolho a moeda boa. Tenho prestígio, tenho trabalho feito, não me interessa que algumas pessoas continuem a desconfiar do meu trabalho, porque, no futebol, são os resultados que marcam a diferença. A minha vida, no futebol e como treinador, tem sido coleccionar resultados. Isso ninguém pode desmentir, por muito que não gostem de mim ou do meu estilo. Não vou atirar pela janela fora o que me custou mais de 25 anos de carreira a conseguir. Não vou aceitar qualquer coisa, aceitarei um convite que me possa aliciar desportivamente e que me possa entusiasmar do ponto de vista da gestão da minha carreira»,
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