terça-feira, 20 de setembro de 2011

PORQUE VOU AO FUTEBOL?


PORQUE VOU AO FUTEBOL ?


Em oito dias, estive em três estádios da Liga Zon Sagres. Coimbra , Barcelos e Guimarães . A observação de equipas e jogadores é fundamental na preparação do meu regresso ao activo. Regresso que embora tudo indique venha a ser no futebol internacional , portanto for a do Pais ,  poderá também acontecer em Portugal , muito motivado pelo facto de poder vir a ser o treinador português com mais jogos no futebol maior deste pais.
A actualização de um treinador não está só nos livros e na aprendizagem que resulta dos conhecimentos teóricos. Para manter um nível e prestígio elevado como  Técnico tenho de estar atento aos pormenores, o futebol ao vivo é diferente do tele- visionado e insubstituível . Confesso no entanto , alguma desilusão pois vi poucas inovações a nível de estratégia e mobilidade táctica. A mesma rigidez que agora lhe chamam rigor nos diferentes sistemas ou se quiserem modelos tácticos estão claramente a afastar a beleza técnica e a criatividade individual, que, quando ao serviço do colectivo provoca um futebol maravilhoso, como o faz o Barcelona. Numa era em que se fala cada mais da humanização do treino  talvez seja bom pensar ate que ponto as fabulosas questões tácticas estão a condicionar a liberdade  individual e a capacidade técnica dos jogadores ajudarem a jogos mais belos e competitivos .Nos últimos oito dias, estive em tres jogos da Liga Sagres. Alem de poder ver clubes pelos quais mantenho um carinho especial em particular o MEU OLHANENSE a minha presença tem muito mais a ver com uma melhor actualização , tentando conhecer melhor e com realidade as equipas e os jogadores do nosso campeonato.
Sabendo que sou um dos treinadores de maior prestígio de Portugal, sei também que estarei sempre na linha da frente de uma eventual sucessão que se desenhe no horizonte. Além do mais, se continuar a minha carreira fora de Portugal, estarei em melhores condições de conhecer o mercado nacional, que sempre foi uma das minhas preocupações, no estrangeiro, no que toca ao reforço das minhas equipas. Quer queira ou não terei de ser um treinador atento aos talentos portugueses e do nosso campeonato, e as observações que  tenho feito, este ano, nos estádios portugueses, vão ajudar-me a tomar decisões, quando voltar a trabalhar, mesmo que o faça no estrangeiro.
Antecipar cenários é também um trabalho e um dever de um treinador e por isso estas observações nos estádios portugueses são uma forma de me manter atento e, sobretudo, de fazer o meu trabalho de casa, não aceitando que outros façam por mim. Também ontem, no estádio D. Afonso Henriques, voltei  a ser, não um espectador, mas sim um observador, o que é uma diferença decisiva.
Sendo verdade que nenhum outro treinador português tem uma história de tanto sucesso como eu nestes derbys , combinando os vários anos em que deixei a minha marca nos dois clubes, o objectivo foi estar atento a duas das melhores equipas do campeonato português e, mais uma vez, aos melhores talentos da liga Zon Sagres. Adorei também o facto de pela primeira vez ter visto o derby fora do rectângulo e a emoções belas que senti ficam no baú das coisas boas do futebol.
Irei nas próximas semanas, continuar as minhas observações, tambem pelo estrangeiro (Holanda , Espanha e Italia ) porque como treinador considero uma peça fundamental na minha preparação para o regresso ao treino e à competição . 

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