domingo, 17 de abril de 2011

AL SHARJAH 1 - AL NASR 1


16.04.2011
AL SHARJAH -1- AL NASR -1

Empate aproxima dos objectivos

Apesar da instabilidade na equipa, após as inopinadas críticas que ex-director-desportivo do Al Sharjah me fez  após a derrota na jornada anterior, a minha equipa deu, esta tarde, uma demonstração cabal de que a equipa está com o seu líder e arrancou para um jogo de boa qualidade. Jogamos em casa,  empatamos a um golo com o Al Nasr, uma das equipas mais apetrechadas do campeonato e confirmamos para já o quinto lugar pois em relação ao AL Nasr ganhamos na casa deles e empatamos na nossa, dai a superioridade classificativa em igualdade de pontos.
O jogo começou com um arranque categórico do Al Sharjah, jogando um futebol dominador e marcando, aos 10', por Gustavo Lazaretti.
O Al Sharjah continuou a dominar o jogo e chegou ao intervalo a vencer, permitindo, no entanto, na segunda-parte que o Al Nasr empatasse o jogo, aos 56', por Younis Ahmed. Com este resultado conseguimos subir um degrau e chegar ainda mais perto do objectivo de terminar o campeonato entre os primeiros cinco classificados. Quero realçar o grande espírito de unidade entre todos os elementos da equipa, depois de dez dias bem complicados pelo ambiente criado pelas declaracoes injustas do ex-director desportivo. Quando ingressei no AL SHARJAH , o clube vivia momentos dramáticos da sua existência com uma equipa velha e sem jogadores o que obrigou o clube a abandonar uma competição internacional e a sofrer as penalidades do acto. Em plena competição, tive de fazer uma equipa (dos iniciais do ano passado só existem 8) a media de idades baixou de 30 anos para 22,8 e no próximo ano cerca de 1/3 do plantel terá origem no futebol de formação do clube. Fazer tudo isto em plena competição e ser imbatível em 63,1% dos jogos feitos e para todos em Sharjah gratificante. Isto sim e uma das minhas responsabilidades. “SIGA O BAILE” dizia-se na minha terra.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

AS MINHAS ULTIMAS DERROTAS



AS MINHAS ULTIMAS DERROTAS

(A que aconteceu fora das quarto linhas foi bem pior.)

Sobre o meu ultimo jogo nada escrevi. Terão pensado muitos que não o fiz porque tinha perdido, mas isso nunca seria um acto de inteligencia da minha parte. Sou Português e sei como as mas noticias correm depressa e como muita gente tem prazer em as difundir. Acontece que antes da derrota no jogo, muitas foram as coisas que aconteceram que abriram caminho para a mesma, mas a seguir ao jogo toda a minha liderança foi posta em causa na comunicação social através das palavras de um funcionário do clube, palavras essas logo posteriormente criticadas pelo Sr. Presidente do clube em um outro canal televisivo, que reafirmou toda a minha grande credibilidade dentro do clube e no futebol dos Emiratos.Pensei que fosse por uma diferença de culturas e ate de religião mas rapidamente constatei o contrario. Ambas a religiões exortam os seus seguidores as accoes virtuosas. Ambas condenam a falsidade, a desonestidade, a hipocrisia, a crueldade, o orgulho, a ingratidão, a traição, a intolerância, a luxuria, a preguiça, o ciume, o egoísmo, a apatia, a expressão injuriosa, a ira e a violência.Ambos prescrevem aos seus seguidores fé e confiança em Deus, o arrependimento, a verdade, a pureza, a coragem, a justiça, a caridade, a benevolência, a simpatia, a misericórdia, a autodisciplina e proibidade. Por isso continuo a acreditar que ao examinarmos os erros de um homem, conhecemos melhor  o seu carácter.

Tenho orgulho no trabalho feito ate aqui, não sei por quanto mais tempo poderei continuar, mas sei que vou lutar ate ao limite por um futuro melhor para o Sharjah. 


Por estar a trabalhar num Pais Árabe quero referir-me a tudo o que aconteceu, com dois ditos do Profeta:

''Um homem não pode ser muçulmano enquanto seu coração e língua não o forem.'' (Dito do Profeta Muhammad que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele)


''Nenhum homem é honesto no sentido mais verdadeiro da palavra senão aquele que é honesto na palavra, no ato e no pensamento.'' (Dito do Profeta Muhammad que a Paz e Bênção de Deus estejam sobre ele)

Posso ate nem ser um bom treinador, mas sei que sou honesto e verdadeiro.

terça-feira, 5 de abril de 2011

«O presidente reforçou a minha autoridade»


«O presidente reforçou a minha autoridade»
A continuidade de Manuel Cajuda como treinador do Al Sharjah está assegurada, pelo menos, por agora. Esta manhã, decorreu uma reunião entre o presidente do clube e o treinador português e a conclusão foi a de que Manuel Cajuda se mantém, de momento, no cargo de treinador do Al Sharjah. Após as críticas públicas do director-desportivo do clube ao treinador português e a defesa enérgica que o presidente do Al Sharjah fez a Manuel Cajuda, a reunião de hoje foi clarificadora. Comentando, pela primeira vez, o que se passou a seguir ao jogo com o Dubai, o treinador português revelou, finalmente, a sua versão dos acontecimentos: «Fui criticado de uma forma injusta e completamente despropositada por um funcionário do clube. Por uma questão de respeito ao clube, ao presidente e aos adeptos, não respondi à provocação que me foi feita. Hoje, reuni com o presidente e, de momento, posso dizer que me mantenho como treinador do Al Sharjah. Após essa reunião, ficou restabelecida a minha autoridade de treinador e recuperei as condições para continuar a impor a minha liderança. Sem essas condições, não estaria disponível para continuar. O presidente é uma pessoa reflectida, espectacular e garantiu que iria resolver o problema. Nunca tive razões para não confiar no presidente do Al Sharjah e por isso estou seguro que ele saberá encontrar uma boa solução para o clube. Não quero uma boa solução para mim, porque isto não é um jogo entre o Manuel Cajuda e o director-desportivo. O que está em jogo é o futuro do Al Sharjah e é esse futuro que me interessa. Como digo, confio no presidente e na sua autoridade e experiência para resolver o problema. Não nego que existe um problema, que é preciso resolvê-lo, mas a pessoa ideal para o fazer é o presidente do Al Sharjah», disse Manuel Cajuda à sua assessoria de comunicação e imagem.
Sobre a possibilidade de renovar contrato com o Al Sharjah, Manuel Cajuda foi comedido: «Não é a altura para discutir o assunto. Eu sei que é o objectivo do presidente do Al Sharjah, mas precisámos de resolver este problema primeiro e depois, então, podemos discutir o futuro. Claro que não é agradável que estes problemas existem, mas nenhum treinador está livre disso. Até o José Mourinho teve problemas com o director-desportivo do Real Madrid. O problema foi resolvido pelo presidente do clube e o José Mourinho saiu reforçado. É o que eu espero que aconteça aqui e por isso confio na intervenção do meu presidente. Depois, logo veremos», concluiu Manuel Cajuda, que, por agora, não faz mais declarações sobre o assunto.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

CORE TRAINING - O meu método de trabalho


CORE TRAINING - O meu método de trabalho

por Preparador/Recuperador Físico Márcio Sampaio, sábado, 2 de abril de 2011 às 16:02
De origem anglo-saxónica, "Core" é uma palavra que se refere a "centro, região central ou fundação". No corpo humano, o local é compreendido como o centro de gravidade das pessoas, constituido por músculos da parede abdominal, coluna lombar, restantes extensores da coluna e músculos da cintura escapular.
Não sei se todos sabem mas, possuimos 29 musculos na zona pélvica, que representam um suporte importante para o sistema muscular. Antigamente, trabalhava-se muito nos membros inferiores mas, aos poucos, penso que a força do Core, determina a intensidade da mudança de direcção, da travagem, que pensando para comigo, são componentes fundamentais para o rendimento desportivo.

Na minha opinião, esta região desempenha uma função muito importante para o rendimento dos atletas. Bem sei que esta afirmação, vai fazer com que se discuta muito e muitos não irão concordar comigo mas, por isso mesmo, para que se gere também discussão, torna-se importante opinar e dar a conhecer as nossas ideias de trabalho.

O core Training, pode tratar-se de uma actividade preventiva e com influência directa no rendimento, sobretudo em modalidades como o futebol, que se exige muito dos membros inferiores. A configuração do Core Training é baseada em alongamentos, equilibrío e treino de alinhamento dos músculos da região.

Existem numeros que comprovam a eficiência do trabalho de Core, para o desempenho de atletas. Em dois meses de uso dessa actividade, os jogadores d efutebol possuem uma evolução média de 5,6% na impulsão vertical, 5,3% no arranque de 10 metros e 5,5% no arranque de 40 metros!

Beneficíos

Diminuição de lesões articulares e musculares.

- Melhoria do equilíbrio muscular.

-  Melhoria da consciência e controle postural na realização dos movimentos específicos.

- Maior estabilidade da musculatura paravertebral, abdômen e glúteos, que são essenciais para realização do remate no futebol.

- Melhora do equilíbrio estático e dinâmico.

- Economia de esforços em movimentos desnecessários.

- Aumento da eficiência dos movimentos.


Quando utilizar?

Na minha opinião, este trabalho poderá ser efectuado todos os dias como fazendo parte de um programa de estabilização da cintura pélvica, naquilo a que eu chamo, " trabalho de fortalecimento muscular e prevenção de lesões", embora eu gostasse de referir que gosto de o utilizar(desde que os treinadores com quem eu trabalho aceitem e acreditem)durante a sessão de treino.
Geralmente,  no inicio da época traço um programa de prevenção de lesões e incluo 3 ou 4 exercicios de fortalecimento da zona pelvica, com o trabalho de Core e passo-o para os jogadores, demonstrando-o em campo como executa-los. Posteriormente, os atletas sabem que quando chegam ao estádio, deverão efectua-los ou no ginásio ou no campo, enquanto esperam o inicio da sessão de trabalho. Como são muito faceis de executar e acima de tudo, são interessantes de o fazer, os atletas acabam por durante a época faze-lo sistemáticamente sem precisarem que os controlem.
A frequência com que digo para os executarem, é diária, sendo que 2 dias antes da competição, já não o efectuam.

Que exercicios utilizar?

Bom, aí passa um pouco pela capacidade individual de cada um. Eu pessoalmente, dividi os exercicios de Core em 2 niveis!

Nível 1 :
- Exercicios no solo, sem instabilidade. De barriga para baixo, apoiados pelos antebraços, elevando todo o corpo e ficando em bicos dos pés no solo. De lado, utilizando so um atebraço e elevando o corpo todo, suportado apenas pelo membro superior e a parte lateral dos pés, entre outros.

Nível 2:
- Exercicíos com um grau de instabilidade, como uma bola de futebol, uma base de proprioceptividade, na caixa de areia, com tabuas de pilates, etc...

Não existe nenhuma sequência prática mas, geralmente quando trabalho no campo com os jogadores tento variar os níveis para que eles consigam efectua-los de uma forma diferente e possam eles próprios suplantar-se. Então geralmente costumo combinar um exercicío de nível 1 e de seguida, faço o nível 2, utilizando uma boa por exemplo para criar instabilidade e um nível de trabalho mais forte.

Este é o tipo de trabalho que eu gosto de efectuar também com os jogadores que estão a recuperar de lesões.
Para cada trabalho, utilizo numa faze inicial 30 segundos em cada exercicío.

Aconselho este trabalho para atletas mais jovens, diminuindo o tempo de prática mas, criando já uma base importante na zona Core e sinceramente, prefiro que façam este trabalho, do que coloca-los em idades mais baixas, a efectuar abdominais, incorrectamente prejudicando a coluna.

Junto envío alguns exercicíos de Core

Nível 1 Frontal
Nivel 2 c/ Bola
Nivel 1 Lateral
Nivel 2 c/ Bola
Estabilização da Cintura Pélvica
Os jogadores a efectuarem o trabalho de prevenção da cintura pélvica antes da sessão de treino

sábado, 2 de abril de 2011

A Técnica de Corrida e a Corrida na Praia


A Técnica de Corrida e a Corrida na Praia

por Preparador/Recuperador Físico Márcio Sampaio, sábado, 2 de abril de 2011 às 13:21
Mais uma vez alerto que, alguns destes textos, são apenas pensamentos meus e maneiras de trabalhar que possuo quando estou com os meus jogadores. Se estão correctos?Bem, no treino desportivo, o mais correcto é aquilo que queremos para a nossa equipa e a forma de lá chegar pode ser diferente de pessoa para pessoa. Creio que o mais importante em cada treino é o que cada um de nós possa planear e  saber o seu objectivo.

Na minha opinião, a técnica de corrida é uma capacidade que deveremos trabalhar!Espantados?Pois bem...eu tenho a certeza que se pensarmos bem, chegamos á conclusão que maior parte dos jogadores não sabe correr. A coordenação de membros inferiores e superiores, torna-se importante para que uma corrida seja correcta e deveremos trabalhar esta capacidade em todos os treinos, seja no Aquecimento, seja num exercicío de passe, seja a nível individual.

Como em todo o gesto desportivo, existe uma técnica correcta de corrida que é aplicavel para todas as pessoas, o que deveremos conseguir é adapta-la ás características físicas de cada pessoa ou atleta. Correr é um movimiento cíclico(os movimentos cíclicos sao aqueles que mostram repetiçoes de fases. A maioria dos movimentos de locomoçao sao cíclicos, como o andar, correr, nadar, remar, andar de bicicleta, etc.. Em alguns desportos exige-se uma rapidez de movimentos cíclicos com partes do corpo. Por exemplo: canoagem, ciclismo,etc..)  e este provoca um gasto de energía, devido a uma contração das fibras musculares, ás quais produzem o nosso deslocamento. Se o fizermos de forma coordenada e eficaz, reduziremos o gasto energético e portanto, melhorará o rendimento do atleta com quem estamos a trabalhar.  

Com isto quero dizer que, este mesmo gesto técnico, deve ser trabalhado diáriamente e existe muita forma de o fazer, com as tão famosas técnicas de Skipping, em que poderemos aplicar o Skipping Alto, Médio e Baixo e dou um exemplo:

1.Imaginamos um exercicio básico de passe em quadrado, em que estão dois jogadores em cada vértice e o objectivo é iniciar com bola.
Um jogador num dos vertices, passa para outro no outro vértice e assim sucessivamente mas, no fim do mesmo ele terá de ocupar o lugar deixado vago pelo colega ao qual passou a bola. Pois bem, no seu trajecto, independentemente da distância, poderemos coloca-lo a efectuar por exemplo skipping baixo, por cima de barreiras baixas, em que o movimento que conta é a técnica e coordenação e não tanto a velocidade. No outro, poderemos colocar umas barreiras(altura da tibía) e aí ele já eleva o joelho um pouco mais abaixo da cintura.No outro por exemplo uns varoes pequenos no solo o que torna o exercicío mais fácil mas exige uma maior coordenação e no ultimo, ele pode efectuar a corrida sem qualquer obstáculo para se aproximar mais da realidade e aí já poderemos colocar um pouco mais de velocidade na técnica.

Dentro deste exercicío, poderemos puxar pela nossa imaginação e criar tantas formas de obrigar os nossos atletas a autodisciplinarem-se e preocuparem-se em possuir uma melhor técnica de corrida. O que por vezes penso é que se, os nossos jogadores tiverem uma boa técnica de corrida, tal como uma boa velocidade, não conseguem chegar mais rápido "aquela bola"?!E com menos despêndio energético?!Talvez sim, talvez não e agora questiono eu - Já experimentaram?!

Correr na praia, ajuda ou prejudica?

Bom, sou sincero, ha uns anos atrás, o unico treinador que ouvi falar em treinar na praia, foi o treinador com quem trabalho actualmente! Manuel Cajuda foi o unico treinador em Portugal que assumiu que ía para a praia treinar. Confesso que na altura fiquei séptico sobre esse treino pois, sempre ouvira dizer que treinar na praia era prejudicial e acreditem amigos, ouvi-o dizer não porque eu me lembrasse de o fazer mas sim, por pessoas catedráticas na altura, treinadores de renome nacional e que hoje, curiosamente, até já o fazem!Pois bem, passaram-se anos e anos e eis que descobri o que o Mister Manuel Cajuda faz com os jogadores na praia. DIVERTIMENTO!É pura realidade. Rir, brincar, jogar á bola e não jogar futebol, gincanas, enfim...tudo o que os miudos na idade de se divertirem, gostam de fazer e acreditem ou não, psicológicamente é um alivío para os jogadores. Mas eu aqui, tenho de dizer que, HOJE, até defendo o treino na praia!!Defendo...MESMO, o treino na praia, seja de que forma for, a brincar ou a sério e explico porquê este meu ponto de vista.

A cada dia que passa, o treino desportivo está mais virado para questões que antes não eram faladas, não porque ninguém as tenha descoberto, porque o futebol está inventado mas, sim pelo facto de actualmente existir mais informação e mais formação livre, então actualmente os jogadores são submetidos a trabalhos complementares e individuais, em que se pode ir ao pormenor, porque também existe mais gente a poder completar as equipas técnicas que poderão desenvolver essas actividades em colaboração com o treinador Principal ou com o departamento médico, que geralmente nos fornece todas as informações necessárias, sobre os atletas que treinamos. Assim sendo, desde que estou nos emirados, tenho tido tempo para poder estudar novas experiencias, falar com os treinadores que me acompanham e que me ensinam mais do que eu podería aprender em qualquer livro, porque nós debatemos, trocamos ideias e pensamos. Bem ou mal, com mais ou menor eficácia, com melhor ou pior resultado, conseguimos extraír de cada um de nós aquilo que mais nos interessa para as nossas investigações e pensamentos de como "chegar lá".
então é aqui que o treino na praia mudou a minha maneira de pensar, fez que eu investigasse e na realidade possa pensar que hoje, devemos treinar na praia sempre que possível pelo que digo a seguir:

Então vamos pensar:

Actualmente, utiliza-se na maior parte dos Melhores clubes do Mundo, o trabalho proprioceptivo, como componente do trabalho diário dos jogadores. Normal, é uma forma de prevenção de lesões, então:
O terreno arenoso oferece muitos pontos positivos para o treino. Mesmo que o atleta não corra, realizar movimentos como saltos, deslocamentos laterais e ziguezagues na areia contribui para a estabilidade das articulações e o fortalecimento dos músculos inferiores. Se pensarmos, a praia é uma superfície irregular, macia e pesada logo, há um aumento do estímulo proprioceptivo, que gera maior controle muscular e estabilidade das articulações do quadril, joelho e pé.
Na componente Fisiológica, todos os exercícios na areia fofa queimam mais calorias porque o gasto energético para realizar os movimentos é maior.

Quanto a este assunto, eu estou perfeitamente á vontade para defender o treino na praia, ou como fazem muitos no Brasil, na caixa de areia, pois enquanto eu estava no Servette (Suiça), utilizei uma vez por semana, aquando do trabalho de força/velocidade, a caixa de areia que o clube possuía. Então utilizava exercicios de tracção, com elástico/cordas, em que os jogadores fazíam técnica de corrida, ou simplesmente corríam, saltavam ou trabalhavam individualmente e a prova disso é que publico aqui uma foto do tempo em que estive no Servette e efectuamos esse tipo de trabalho na praia, aquando de um estágio de 12 dias, efectuado exactamente nos emirados.

Os exercicíos a utilizar, são os mais variados:
-  a simples corrida em 10,20,30 metros;
- Tracção, utilizando elastico, corda ou toalha;
- cabeceamentos com bola;
- Skippings Altos, Médios, Baixos;
- Pliometría;
- Jogos diversos, com bola, ou sem bola;
- Gincanas;
- Futvolley..


Junto anexo foto de treino do Servette FC na praia.




ENTREVISTA AO SITE: ZEROZERO.PT


Manuel Cajuda: «Acredito que o Braga chega ao terceiro lugar»

Manuel Cajuda, Beira-Mar, Sporting de Braga | 2011-04-02







Manuel Cajuda, actual treinador do Al Sharjah, dos Emiratos Árabes Unidos, é um treinador cujo historial o liga à partida entre o Beira-Mar e o Sporting de Braga.
O técnico algarvio já orientou os dois conjuntos, embora o tempo passado na cidade dos arcebispos seja incomparavelmente maior com aquele passado em Aveiro. Na antevisão ao encontro da 25ª jornada, Cajuda admitiu, aozerozero.pt, que espera um «jogo forte emocionalmente porque as duas equipas têm bons argumentos para uma partida de qualidade e para ambicionarem um resultado positivo».
O Beira-Mar está a realizar uma época tranquila, algo que o técnico confessa que «Aveiro e as suas gentes bem merecem», mas o Sporting de Braga está a lutar pela conquista do terceiro lugar e o ex-treinador dos minhotos não duvida da capacidade da formação treinada por Domingos Paciência.
«Acredito que o Sporting de Braga vai conseguir chegar ao terceiro lugar e nem preciso de fazer um esforço nesse sentido. O Braga recebe o Vitória de Guimarães e o Sporting e o terceiro lugar depende apenas da equipa», disse.
Ao zerozero.pt, Manuel Cajuda confessou que o trajecto do Sporting de Braga na Europa é «fantástico e merecedor de todos os elogios», mas que pode ainda não ter um fim às vista porque, no seu entender, o Dynamo Kyiv é um adversário «duro, forte, mas possível de ser ultrapassado».
Num fim-de-semana de clássico entre Benfica e FC Porto, que pode definir o novo campeão nacional, o treinador fez uma avaliação da temporada das duas equipas e revelou aquilo que espera para o jogo de Domingo.
«As mudanças no Benfica da época passada para esta época não foram nada de anormal. O ano passado passado havia muito para ganhar, este ano muito para perder. No FC Porto, o André Villas Boas merece um aplauso especial pela sua conduta, mas é bom não esquecer que com Jesualdo Ferreira, um dos treinadores mais velhos, o FC Porto foi tri-campeão. Sobre o clássico, gostaria que fosse um jogo para recordar e para exemplificar a classe do futebol português, mas somente pela positiva».

sexta-feira, 1 de abril de 2011

E BOM TRABALHAR COM GENTE COMPETENTE


Recuperador Físico - O seu trabalho diário e Prevenção de Lesões

por Preparador/Recuperador Físico Márcio Sampaio, sexta, 1 de abril de 2011 às 17:35
Com este texto, vou tentar transmitir apenas, alguns pensamentos e linhas de trabalho que eu aplico na função de recuperador Físico, sendo que por questões óbvias, não vou partilhar os meus exercicíos porque penso ser algo que cada um de nós deve ter para si, podendo apenas trocar opiniões, pois cada caso, é um caso, na Recuperação física.


Na minha opinião, o Recuperador Físico, é um elemento que pode fazer parte da equipa técnica de uma equipa de futebol. Poucos treinadores em Portugal, utilizam este elemento como parte integrante das suas equipas técnicas e por isso ainda é uma função que fica mais entregue ao departamento médico, nos dias que correm, o que também não está errado de todo, desde que exista uma pessoa com essas funções definidas para o fazer.

Como já trabalhei nesta função, sei perfeitamente o trabalho que está ao nosso alcance e com isso, sei a importância que podemos possuir, sendo em conjunto  com o Treinador ou em conjunto com os departamentos médicos.
Este elemento, deverá ser uma pessoa com conhecimentos de Fisiología, Reabilitação e Educação Física.


Qual o Seu Trabalho

Na minha opinião, este elemento deverá ser a ponte entre o Departamento Médico e consequentemente, o Treinador da equipa principal e seu Preparador Físico. Com este elemento deverão trabalhar os jogadores nas seguintes situações:

- Depois de uma lesão prolongada;
- Com pequenas lesões que impedem a sua prática desportiva de igual forma que os restantes (condicionados);
- Atletas com programa especifico de trabalho individual de Ginásio e de campo.
- Outras a definir com o Treinador Principal.

O que muitas vezes encontramos, são jogadores que estão a recuperar de lesões, a correrem sozinhos, a efectuar trabalho de campo com o Fisioterapeuta, massagista ou médico. Na minha opinião, o fisioterapeuta, Médico ou Massagista, deverá efectuar o/s seu trabalho/s dentro do departamento médico e prescreverem em caso de reabilitação, o que o atleta pode ou não efectuar no campo, exactamente com o Recuperador Físico, até ter alta médica para integrar os trabalhos com os restantes companheiros.
No fundo, o trabalho seguinte á "alta inicial" do departamento médico para um qualquer estado que seja iniciado por corrida contínua, deverá ser acompanhado pelo Recuperador físico a fim de iniciar uma série de tarefas com vista á integração do atleta, o mais rápido possível, ao treino conjuntamente com restantes colegas, para isso, visando:

- Recuperar Indíces Físicos que permitam a integração ao trabalho com os restantes colegas;
- Efectuarem trabalho de reeducação funcional a fim de não possuir recidivas, ou outras lesões;
- Auto confiança em gestos motores que depois da lesão possam estar afectados;
- Trabalho de equilibrío muscular, quer do membro lesionado, quer de todos os grupos musculares a fim de não perder massa muscular, durante o tempo de paragem e assim contraír outro tipo de lesões.

Durante todo este período, o Recuperador Físico deverá ir reportando o seu trabalho ao treinador Principal e consequentemente ao Departamento Médico, sobre a evolução do atleta e dando "feed backs" constantes sobre o decorrer da reabilitação, podendo delinear com estes, uma data de retorno ao treino normal.

Prevenção de Lesões

Nos dias de hoje, torna-se fulcral este tipo de trabalho. Porque?Pois bem, cada vez mais, o futebol é rendimento e como tal, os jogadores custam dinheiro e cada vez mais,  um atleta lesionado, é uma dor de cabeça para a sua entidade patronal a nível financeiro.
Como sabemos que isto causa transtorno, incluindo aos jogadores, porque não acredito que os mesmos, prefiram estar lesionados, leva-me a pensar que cabe-nos a nós profissionais da área, criar formas de ajudarmos a que os atletas, não contraíam lesões, se bem que por vezes há casos dificeis de controlar mas, hoje em dia já existem formas de combater, o aparecimento de tantas lesões musculares, pois as traumáticas, essas serão mais dificeis de combater e prever.

Assim sendo, eu próprio criei algumas formas de trabalhar. Se resultou?Pois isso será sempre uma falsa questão, mas que pelo menos fiz o que achava correcto para evita-las, isso com toda a certeza que sim.

Como tal, criei uma forma de trabalhar para preparar um programa especifico de prevenção de Lesões:


Testes isocinéticos ( com estes testes, avaliámos a diferença de força inferior, de Musculos Agonistas e Antagonistas, o que permitiu sabermos quais os músculos com maior défice e assim trabalhamos a partir daqui, com programas de musculação para fazer o equilibrio dos músculos descompensados);

Testes de Carga Variável ( Como já tínhamos os resultados dos isocinéticos, teríamos de fazer testes de carga varíável no ginásio, com todos os atletas, para traçar um plano de treino de todos os membros com cargas de peso correctas, para que os jogadores não trabalhassem nem acima, nem abaixo das suas capacidades. Assim sendo, para todos, utilizamos 80% do RM obtido para cada membro);

Teste de Flexibilidade ( Estes ajudou-nos imenso para descobrirmos em alguns jogadores, alguma falta de mobilidade e flexibilidade nomeadamente dos membros inferiores)

Teste de Agilidade (Utilizamos, o teste de agilidade Illionois).

Circuito de Proprioceptividade no Ginásio ( sabia que se o criasse, os atletas poderíam lá passar diariamente pois iríam gostar de o fazer, pois é simples e nada complexo).

Depois de tudo isto, foi importante duas situações:

- A autorização e confiança do treinador;
- Criação de uma rotina e responsabilização dos atletas.

Depois da sistematização de processos, os atletas acabam sempre por saber da importância do mesmo trabalho e diáriamente fazem-no sem causar problemas. Este mesmo trabalho pode ser aplicado nas seguintes situações:


Antes do treino:

Todos os jogadores passam pelo ginásio, fazem o seu reforço muscular e passam no circuito proprioceptivo uma a duas vezes, seguem para o seu balneário, colocam as botas e seguem para o campo para treinar. Este trabalho, tem uma duração de cerca de 10 mn e os mesmos jogadores já sabem o que tem a fazer individualmente, cabendo ao recuperador Físico apenas acompanhar e corrigir alguma posição se necessário. 
2 dias antes de um jogo, já ninguém efectua reforço muscular, podendo apenas fazer o trabalho proprioceptivo.

No fim do treino:

O Recuperador Físico está no ginásio, a fim de poder receber os atletas que queiram alongar, ou que tenham de fazer algum tipo de trabalho individual de reabilitação especifico. No fim do treino, ninguém efectua nenhum trabalho de musculação.

Junto, anexo fotos de um circuito de Proprioceptividade

Circuito Proprioceptivo

Texto escrito por:
Márcio Sampaio