компактен foi esta a palavra que levei alguns dias para a perceber e traduzir. Quer dizer em búlgaro, compacto ou em bloco e era assim que Khistto Mladenov queria que o Farense joga-se em 1982.
A ocupação do espaços e criação de novos espaços num jogo de futebol é algo de fascinante e ímpar
Para quem sonha ainda que de forma patética que foi o inventor nos últimos vinte anos do “jogar em bloco”, eu (que era adjunto) e mais um bom punhado de jogadores poderemos testemunhar o oportunismo linguístico de muita gente para se afirmar proprietario de uma cultura futebolistica diferente. Mais estúpido fico quando ouço dizer: “a minha equipa joga em bloco alto, bloco médio ou bloco baixo como se só existi-se uma única equipa em campo e a outra nada tenha a dizer sobre a ocupação dos espaços num rectângulo de jogo. Uma vez fui jogar ao Estádio das Antas representando como treinador o Elvas e eu bem gritava para eles saírem da área ( ainda á moda antiga) e os jogadores gritavam para mim : Mister ai vem eles outra vez. No outro lado estava o campeão europeu de Artur Jorge e eu bem podia sonhar ou tentar jogar em bloco alto como queria e ate gritava.
São cerca de 7000 m2 em media, o que ocupa um rectângulo de jogo onde com 11 jogadores eu terei de anular e tentar enganar outra equipa também de 11 com toda a sua estratégia e orientação táctica. A minha equipa equipa terá que fazer-se movimentar nesse espaço, com uma estruturação inteligente de ocupação dos espaços (ocupando uns e libertando outros para futuras accoes).
Algumas ideias e critérios utilizados na intenção de promover ocupacoes de espaços de uma forma mais inteligente pelos jogadores e em sequência pelas equipas, exigem regras de acção e uma organização estrutural de todo o espaço em função do lugar ocupado pela bola e pelos jogadores adversários.
Referencias e regras são necessárias para que os jogadores devidamente identificados orientem as suas accoes individuais , para colectivamente como equipa ocuparem um espaço estrategicamente escolhido que permita (ao mesmo tempo e o tempo todo) respeitar todos os princípios estruturais de defesa, princípios estruturais de ataque, princípios estruturais de transição ofensiva e princípios estruturais de transição defensiva.
O futebol e um jogo de estratégias simultâneas e onde durante todo tempo os jogadores e as equipas são obrigadas a tomar decisões e por isso não e apenas importante que os jogadores saibam apenas o que tem de fazer , mas também o que os seus colegas de equipa tem como missão dentro da equipa.
Hoje que muito se fala e cada vez mais de táctica em futebol seria bom recordar que “quem só fala de tácticas pouco ou nada entende de futebol” ou melhor, tem imensa dificuldade em entender interacção e multididplinaridade de tudo que integra o TREINO DESPORTIVO e os conceitos modernos da HUMANIZAÇÃO DO TREINO.
Táctica será tudo o que quisermos, ocupação de espaços, criação de novos espaços , bloco alto ,médio ou baixo, linhas de passe ou a sua anulação, transicoes rápidas ou lentas , defensivas ou ofensivas, penetracoes ou contencoes, mobilidade movimentacional, quarto ,cinco ou dez momentos , como melhor quiserem.
Mas por favor, e também disciplinaridade, multidisciplinaridade e interdisciplinaridade entre ciências, culturas, metodologias, regras e accoes num treino desportivo cada vez mais humanizado.
Nota:Ocupação de espaços não e defender mas sim provocar a criação de novos espaços para atacar depois.